domingo, 16 de junho de 2013

Comunhão de Vida e Oração


Jesus Cristo nos diz, na Palavra de Deus, que Ele está no meio daqueles que vivem a comunhão de vida e de oração: “Pois onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles” (Mt, 18, 20). Esta afirmação de Jesus, trazida pelo Evangelho de Mateus, nos chama a atenção para a importância da oração comunitária. Desde os primórdios do catolicismo, os cristãos se reuniam para orar a Deus, partilhar o pão, para louvar e agradecer por graças recebidas. Esse costume se difundiu na Igreja como um todo. Mesmo diante das perseguições, os primeiros cristãos se reuniam, ainda que às escondidas.

Jesus nos fala da sua presença entre nós quando duas ou mais pessoas se unem para orar (cf. Mt, 18, 20). Porém, no versículo anterior, Ele tinha dito que: “se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem, isto vos será concedido por meu Pai que está nos Céus” (cf. Mt 18, 19). Isso significa que não basta estarmos unidos em oração. Precisamos estar unidos em oração com intenções em comum, que oremos uns pelos outros.

O Senhor quer que estejamos unidos num só coração, numa só alma (cf. At 4, 32). Mas, os tempos em que vivemos não nos permite isso, pois nossa geração vive o egoísmo, o individualismo, próprios do mundo materialista em que vivemos. Porém, não devemos nos conformar com essa mentalidade, pois o homem não é o centro do mundo. Deus que é o centro do mundo, o Criador de todas as coisas, e foi Ele que dispôs a natureza humana voltada para a comunhão. Quando nos fechamos para o próximo, nos fechamos também a Deus.
Hoje, em oposição ao individualismo, ao fechamento em si mesmo, pregado pelo mundo materialista em que vivemos, somos chamados a buscar a comunhão uns com os outros, especialmente na oração. Mas, esta comunhão não deve ficar somente na oração, pois o ser humano foi feito para a comunhão de coração, de vida, de almas que se encontram. Devemos vencer as desconfianças, os medos que nos são colocados e confiar que Deus coloca pessoas à nossa volta para que, através delas, tenhamos comunhão também com Ele.
Há certos momentos da nossa vida que vivemos a solidão, o abandono, e às vezes até o sofrimento por causa de alguma situação difícil, sem ter uma pessoa de confiança em quem podemos contar. O que fazer nessas situações? No momentos de solidão, de dor, de desespero, façamos como João aos pés da cruz. Depois de ter ouvido de Jesus: “Eis aí tua mãe”, João levou Maria para sua casa (cf. Jo 19, 27). Como o Discípulo amado, acolhamos a Virgem Maria em nossa vida. Ela nos visitará, como visitou Isabel e ficaremos como ela, cheios do Espírito Santo (cf. Lc 1, 41b).
Nossa Senhora nos ajudará a entrar em comunhão com Deus, mas também com as pessoas, para que realizemos o Seu desígnio de salvação. Isto aconteceu depois que os discípulos, a pedido de Cristo, estavam reunidos em comum oração (cf At 1, 14). Eles receberam o Espírito Santo, o Prometido do Pai (cf. At 2, 1ss). Deus quer que sejamos um com Ele na eternidade, mas para que isso aconteça, precisamos estar em comunhão uns com os outros já neste mundo, ainda que de forma imperfeita. Busquemos essa comunhão entre nós e também com Deus, para que um dia possamos estar em comunhão plena com Ele no Reino dos Céus.